terça-feira, 27 de março de 2012

A ideia

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!


Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!


Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...


Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralítica!


Augusto dos Anjos

4 comentários:

  1. Não conhecia Augusto dos Anjos, adorei o texto.
    Não deixa de ser verdade =)
    parabéns pelo seu blog, é lindo!
    espero sua visita no meu =)
    omundodevaleriana.blogspot.com

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    1. Obrigada Valéria. Augusto dos Anjos é um poeta pré-modernista bem conhecido pelos seus temas mórbidos. Apesar disso gosto dele.

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  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    1. Ih, cara removi seu comentário sem querer e agora não consigo recuperá-lo. Desculpe! Se puder, escreva novamente. Obrigada.

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