Mãe d'ouro

Lembrei de mais um momento cômico que vivenciamos na Segunda Estação.

Nós, meio perdidos, tentávamos encontrar em Tiradentes o caminho para a estrada que levava a Bichinho. Numa esquina, duas jovens mulheres conversavam. 

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Acessado em 20/02/2011

— Boa tarde, a estrada para Bichinho fica por ali?

— Não, não cês tem que retornar — diz uma delas.
— Ué, mas cê num vai pra lá, Fulana? Leva eles!!! diz a outra.


Inteiramente convidada, a menina segue conosco.

A conversa, emoldurada por um belo cenário rural, ia descontraída quando ela comenta que enfrenta todos os dias 1 horas de caminhada para chegar em casa. 

—E você não tem medo? Não é perigoso andar por essa estrada sozinha? 


Eis a resposta:


—Ahh, dizem aí de mula sem cabeça, saci, essas coisas, mas eu não acredito não. Só que mãe d'ouro minha mãe já viu. Mãe d'ouro tenho medo sim.


Não era bem esse o tipo de perigo ao qual estávamos nos referindo, mas:


— E o que é mãe d'ouro? — indaguei, já meio temerosa.


— É uma bola de luz que sai do chão. Ela leva as pessoas com ela.


Ahhhhh, uffa, bendito Discovery!


— Uma vez vi um documentário sobre isso na televisão. É uma bola de fogo mesmo que sai de rachaduras no chão, segue pessoas, carros, atravessa paredes, causa auto-combustão...


—Ai, para com isso menina,tá amarrado! Gosto dessas coisas não!


Foram mal sucedidas todas as outras tentativas de explicar cientificamente o fenômeno àquela jovem.


Acho que ela nunca mais pega carona.